ITINERÁRIO#1

ITINERÁRIO#1
“Os filósofos de ética fizeram o possível para estabelecer uma ponte entre as duas margens do rio da vida: o auto-interesse e a preocupação com os outros.”
A Arte de Vida / Zygmunt Bauman  - 2009, página 124.



“a continuidade é o fecundo contubérnio ou, se se quer, a coabitação do passado com o futuro, e é a única maneira eficaz de não ser reacionário”.
A Idéia do Teatro / José Ortega Y Gasset - Coleção Elos, página 14.



“A arte contemporânea realmente desenvolve um projeto político quando se empenha em investir e problematizar a esfera das relações”.
Estética Relacional / Nicolas Bourriaud - São Paulo: Martins - 2009. Coleção Todas as Artes, página 23.

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LINHA DO TEMPO ProCOa

LINHA DO TEMPO PROCOA

O dogmático mercado de arte


Por Olívio Guedes

O mercado de arte é complexo, igual à economia, ambos não são ciências exatas; a maior arte é saber lidar com a economia.


Arte

A arte – habilidade, disposição, execução, realizada de forma consciente ou inconsciente, controlada ou supostamente descontrolada – utiliza um conjunto de meios e de procedimentos para a obtenção de uma coisa, esta forma dependendo de seu conteúdo adquire o nome de objeto, se for qualificada, adquire o nome de objeto de arte. Estas técnicas desenvolvidas por derivação dos sentidos, nos diversos campos do pensamento e conhecimento humano, e claro, o uso de experiências, dentro do conceito de sociedade, terão o ofício ou profissão, onde este aprendizado é tratado dentro de normas sócias e econômicas, as regras de regulação.

Sociedade

Sociedade é um agrupamento de seres que coabitam em estado de colaboração; esta rubrica sociológica é coordenada dentro de um momento ou certo período de tempo e espaço, onde é seguido um padrão comum, sob preceitos. Esta comunidade incorpora sistemas sociais: alta, média e baixa classes sociais, sendo simplista. Esta hierarquia de supostos interesses comuns determina regulamentos, organizações dentro de atividades. Estas interações desempenham entre si funções criando grupos de pessoas que, por regras de contratos, se obrigam a combinar seus recursos econômicos para alcançar fins comuns. 

Economia

Criou-se uma moderação de base dos fenômenos relacionados para a obtenção de utilização dos recursos materiais e unidades de trocas para um relativo bem-estar. Conjuntos de disciplinas constituem as ciências econômicas, onde o comedimento no consumo e na realização de algo cria um  modelo da distribuição e de organização para estruturar a potencialidade no mundo das trocas, assim temos o dinheiro, desenvolvendo um sistema de comunicação simbólico de bens economizados.

Comunicação

Os meios, os sinais para entender estes sintomas/sistemas embasam-se na semiótica – uma ciência geral tendo como objeto os sistemas de signos, que se interpretam nos ritos e costumes da comunicação vigentes nas sociedades. Estes reconhecimentos atribuem a materialidade por meios imateriais da vida em sociedade, concebendo sistemas de significações, onde as imagens, gestos, rituais, parentesco e mitos adotados criam pesos e medidas.
O ter significado, ou o sentido de, apresenta como expressão de traduzir a coisa, o objeto, o objeto de arte. Este entendimento é o sinal, emblema de denotar o fazer conhecer da comunicação. Este denotar é o designar do transitivo direto, cria também um momento de bitransitivo ou pluritransitivo, indicando maneiras sociais para distinguir a teoria de valores, onde se marca o índice de representação. Querendo com isto significar, simbolizar e caracterizar valores e preços no mundo das trocas materiais utilizando um meio imaterial.

O mercado de arte é conteúdo-forma e forma-conteúdo; o meio e o objeto, o objeto e o meio.

Coisa-objeto-artista

O objeto, a coisa material percebida pelos sentidos, que o mental a qualifica, que converge no pensamento, traz sentimento do assunto sobre o qual versa uma pesquisa, assim, seu agente: o artista tem o motivo, uma causa, um propósito. Esta realidade é investigada pelo seu cognitivo, apreendida na percepção e esta dimensão, à subjetividade incide sob a regra de conduta um contrato, uma demanda, que chamamos de meio. Suas definições ou postulados em teoria socioeconômica vêm da fonte cuja imagem se representa no universo do sistema da arte, em relação a um conteúdo mental simbólico: conteúdo/forma; dentro/fora; imaterial/material; apreço/preço; carinho/caro etc. 

A arte busca a perfeição, o esmero técnico, advindo da elaboração, este requinte não natural, pois é humano, não da natureza, vem de uma antiga capacidade especial: aptidão, uma habilidade para fascinar, seduzir a produção consciente, na forma de objeto direcionada originalmente para a concretização de um ideal de beleza, que se representava pela harmonia, harmonia como medida, como proporção, da expressão da subjetividade humana, por isto: artes plásticas.

A tendência no contemporâneo vem de manifestações de conteúdos, por vezes: desproporcionais, não mais a medida comparativa do corpo humano, mas sim, da deformidade, ou seja: seu meio no mundo, no universo do seu tempo: o contemporâneo (não adjetivo, mas substantivo). A determinada época faz a fase, o lugar representa a obra humana, suas funções práticas e por vezes mágicas vêm de radiações artesanais qual o selecionar e diagramar necessita da armação do aparelho no conjunto das atividades relativas ao conjunto da obra. A arte é a recepção estética de uma transmissão da tradição em harmonia e desarmonia com a persistência da imagem, com o processo de significação. Contempla a origem daquilo que se perdeu.

Este gerenciamento sempre está em risco!

Este desenvolvimento ocorre na microeconomia, exatamente na questão de bens (não deixando de lado os serviços na arte); o estudo na economia da arte é muito pouco desenvolvido, os corretores dos mercados financeiros não estão preparados para este mundo simbólico, pois sua objetividade veda-lhes os olhos, suas mentes não conseguem desfocar as materialidades, assim deveriam ver que a qualidade da materialidade está no imaterial: conteúdo e forma.

As obras de arte detêm commodities, seu material intrínseco, porém dentro de uma análise simbólica cabe algo relativo às Bolsas de Valores, pedindo uma análise de igualdade sobre os papéis: suas relatividades, porém falta o conhecimento histórico, filosófico e semiótico nos corretores.

O entender na economia cabe às perguntas: o que é dinheiro? O que é mercado?

Dinheiro-troca
O dinheiro desempenha um importante contexto, a não necessidade das trocas de objetos pelos objetos (escambo), de serviços por serviços, assim conceitualizando o dinheiro. Como é possível guardar coisas (alimentos) para o futuro? Pois é, este é um dado que pareia com os valores da arte. “Trabalha-se duro para ganhar dinheiro”, esta frase é verdadeira e falsa, pois o trabalho somente é duro quando se sofre, e o trabalho pode ser a felicidade, nesta análise entramos no campo da psicanálise, da psicologia, assim inteligimos o que é a arte de ganhar dinheiro para poder ter o que queremos com este signo de troca, mas a troca pode ser a arte de estar feliz nesta realização! O ato de ser “bem-sucedido” não habita na quantidade de dinheiro, que também pode ser, mas habita na compreensão do preenchimento de estados que chamamos de vazios: solidão, tristeza, falta, perda etc.
O dinheiro em sua origem, a materialidade, como pagamentos por sal (de onde deriva a palavra “salário”), por arroz (no extremo Oriente), as moedas redondas (formato do sol e da lua, Ocidente), suas matérias (ouro e prata: metais, no caso destes derivados dos símbolos, cores da lua e do sol) que portavam seus pesos, aja vista a libra esterlina (libra = balança) que surge em 757-796 d. C. no reinado do rei Offa, Inglaterra. Hoje temos o cheque (que surgiu como um documento de crédito [acreditar], talvez dos Cavaleiros Templários, século XII), o cartão de crédito, mesmo um cupom de lojas; observando estes dinheiros, fica claro suas ligações com a arte, uma mera escrita (signos) ou um desenho (desígnios = de-sígnos) em um cupom. Nos dias atuais, as transações realizadas através da internet apresentam como o virtual é real - conteúdo + forma -, assim o dinheiro são os números, e números são desenhos, desenhos cabalísticos, cada um destes desenhos tem um valor e este valor dá ao seu portador poder. Poder, onde pode adquirir o que quer dentro de determinados meios, dentro do sistema social em que vive.
O dinheiro assume várias formas: armazenar valor, medir valor e meio de troca.
Como unidade de valor, podemos dar preço às coisas, porém isto também é subjetivo, pois existe o apreço do proprietário das coisas e do dinheiro. As commodities dependem das intempéries, o tempo é relativo, o dinheiro também, como a criptomoeda e a Obra de Arte. Percebemos que, com o advir das criptomoedas, a arte está cada vez mais objetiva no mercado financeiro.
A questão de “reserva de valor”, economizar para o futuro, diferente de guardarmos a própria comida (perecível). O dinheiro é importante, porém, preso em uma ilha deserta, o que você mais precisa: dinheiro ou comida/água?
O mercado, o “não lugar”, onde as formas das commodities são processadas, transformando-se em bens manufaturados, assim realizados pelos serviços. Os “bens e serviços”, os fornecedores estão no mercado, sendo assim precisamos dos compradores, surge a primeira regra, ou Lei: “oferta e procura”, os negócios surgem. Todos se misturam: o fazedor compra o que não faz, o comprador compra o que não tem. Não esquecendo: “Toda mercadoria, enquanto valor, é trabalho humano realizado”, Karl Marx (1818-1883).
O ser humano tem a percepção de relatividade, assim a lei universal: “a única coisa certa é a incerteza”, portanto, tudo, tudo muda o tempo todo (menos a mudança!). Por determinadas aptidões de existência só ocorrem pelo tipo de formação de nossos corpos, a biologia, o código genético; a distância que estamos do sol, nos dá o corpo que temos, entre outras naturezas, mas o que mais apercebe o ser humano é que nascemos e envelhecemos, assim o ‘tempo’, este é nosso real inimigo da existência, portanto, munido deste conhecimento, o ser filósofo conhece sua base e cada vez mais tenta viver, assim o fez com a “moeda de troca”. Algo que supostamente por um tempo muito maior de duração, para que possamos representar como unidade de valor. Este processo de significação é importante na economia e fundamentado nas artes plásticas. A questão da tradição e transmissão das imagens (cunhar as moedas), ou mesmo a persistência desta, é que faz o mundo da história vingar, ou melhor: caminhar, passo a passo.
A história contempla o tempo que passou, o passado-presente. A arte representa este passado-presente. Seu valor e seu apreço fidelizam a economia. O ‘gerenciamento de risco’ é minimizado por estes métodos, com isto supostamente e verdadeiramente vivemos mais!
O recibo, a promessa de pagamento, dado pelos Bancos (acentos utilizados em Veneza, para fazer o câmbio, século XV), é igual às moedas, elas não têm seu valor real, ou seja: seu valor é o que está escrito, cunhadas em si próprias (símbolo), que detêm a representação, que dão suposto poder ao portador. A cédula (célula), a “moeda fiduciária”, é de valor fictício, sua constituição é simbólica, sustentada pelos locais de depósitos reais: os Bancos; porém com o advir da “Bolsa de mercadoria e futuro” a questão do lastro, do suporte metal, derivou-se, pois determinados negócios têm como suporte financeiro a proposta do negócio, ou seja: documentos lavrados onde se tem a segurança do capital através da pessoa, empresa, governos de países que estão com funcionalidade no “livre comércio mundial”, assim seguem as mesmas regras.
Como escrevemos anteriormente que a única coisa certa é a incerteza, a questão da economia internacional é como os pesquisadores declaram que a estabilidade está dentro da instabilidade da convivência humana.
A ONU reconhece 180 moedas correntes no mundo, portanto os negócios internacionais existem na ‘compra de dinheiro’: moedas fortes versus moeda fraca. A taxa de câmbio, que varia diariamente, é uma regra desregrada, mesmo para uma moeda forte como o dólar, pois o vínculo está no Estado do país, dependendo das relações entre governos, que o mercado chama de ‘taxa de câmbio nominal’ e ‘taxa de câmbio real’. Países que estão em harmonia criam suas próprias moedas, é o caso do Euro.
O dinheiro vale aquilo que acreditamos que ele vale!
Hoje (2018) ao usar o smartphone para realizarmos um pagamento, onde está o dinheiro? Exatamente como um documento templário, porém segue como modus no contemporâneo – o mundo simbólico. Os registros, os números devem ser de confiança, é exatamente assim que vive a nossa sociedade: confiança.
O que é confiança? 
Aristóteles (384-322 a. C.), filósofo grego, criou o ‘quadrado lógico’ que apresenta o sistema da lógica aristotélica, o quadrado das oposições, é um diagrama que representa as diferentes formas das quatro proposições do sistema lógico, assim é a base para a verdade. Esta é a base de nossa confiança, porém com o advento de novas teorias: teoria quântica, teoria da relatividade, teoria da complexidade, esta verdade começou a deixar de ser realidade, pois a realidade é relativística.
Imaginem um smartphone com tecnologia quântica (estamos chegando lá!), o mesmo objeto poderá estar em dois lugares ao mesmo tempo! 
“O dogmático mercado de arte” é como qualquer outro: modifica-se o tempo todo, sendo uns com maiores e menores velocidades, não esquecendo que esta velocidade é observada por uma civilização, um grupo ou mesmo somente uma pessoa, pois: o observador traz sua própria obra de arte, Marcel Duchamp (1887-1968).
A arte conceitual é exatamente o mercado internacional. O artista Joseph Kosuth (1945-) e sua obra ‘Uma e três cadeiras’, onde observamos uma cadeira física, uma foto da cadeira física e um recorte fotográfico de dicionário explicando o que é cadeira; não podemos esquecer que a palavra cadeira em inglês se refere ao presidente da empresa: Chairman.
Quando estou realizando uma compra com meu smartphone, detenho uma senha (desconfiança) escrita, para poder acessar meu dinheiro (poder, poder de compra), logo deveremos utilizar o tom de voz, o reconhecimento facial para ‘poder’ comprar (latim ‘comparo’). O peer-to-peer, o dinheiro descentralizado, o dinheiro virtual: bitcoin; existe como outros dinheiros, sempre se busca a confiança, por isto a criptografia, ou seja: segurança, melhor ainda a contradição, a não confiança; pois é este movimento que move o ser humano: a eterna mudança.
O mercado de arte é como outro qualquer: muito incerto!
Por estarmos acostumados com a necessidade da existência suprida através do básico: alimentação (saúde) e moradia (proteção), que é uma luta diária; o restante parece mais inseguro. A busca do supérfluo somente existe, logicamente, quando temos o necessário para o básico da existência humana: alimento e proteção. O alimento é o que restaura a vida (restaurantes), ou mantém a vida, mas existem outros alimentos ou outras necessidades e um dos principais destes que se apresentam na autoconsciência é a satisfação do ego; onde buscamos coisas materiais especiais, ou mais profundo ainda: as coisas imateriais, que podem se tornar mais caras do que as coisas materiais, pelo motivo de demanda; os objetos quanto mais escassos detêm uma enorme valorização, e o objeto de arte quanto mais único, que o é em sua origem, torna-se unicamente valorizado. O texto de Walter Benjamin (1892-1940) ‘A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica’ trata claramente sobre a questão dos múltiplos e apresenta a questão da perda da aura, assim a perda do valor, questão de preço e apreço.
A palavra economia vem do grego que significa ‘administração da casa’, ou seja: a morada do ser humano, seu lugar mais seguro, onde habitam suas maiores questões, e claro, onde habitam suas mudanças, suas inseguranças, estados mais profundos, assim: a única coisa certa é a incerteza, portanto, nesta casa se busca a segurança, por quê? Porque a temos por momentos, como todas as coisas da vida. O tempo é implacável, corre em única direção: para frente, assim seu vetor é tão potente que não é alcançado, por isso envelhecemos (mudamos) e morremos (transformamo-nos); como disse Lavoisier (1743-1794): nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!
Com esta máxima entramos na arte, nunca uma ciência exata (como se a ciência fosse exatamente exata!), porém temos métodos de criação, técnicas tão complexas que estão ligadas ao mundo divino, que chamamos de artista: aquele que tem o dom, advindo de Deus. Todas as palavras utilizadas na arte advêm da chamada alquimia, conhecimento científico existente no mundo europeu do século XV até XVIII; atribuem à alquimia um caráter de protociência, seus atributos estão ligados à religião, à ciência, à filosofia etc. Alquimia manipulava substâncias químicas para obter novas substâncias, precursora da química; relacionados os metais, era usada como conveniente metáfora para o trabalho espiritual. Com efeito, utilizava o intelecto, lembrando que, na Idade Média, havia a acusação de heresia, com a ciência oculta, a alquimia reveste o desconhecido, oculto e místico. Vejamos estes exemplos reais: artista, filósofo, magnus opus, matéria-prima, tintura etc, são verbetes utilizados e criados na alquimia.
Aproveitando a história, como a arte se compôs com a economia?
A Arte se adiantou quanto à economia: o homem de Neandertal já demarcava em ossos (100.000 a. C.); as pinturas nas cavernas apresentavam nossos alimentos e vestimentas, os bisontes, de forma mágica (25.000 a. C.); as tribos nômades que se sedentarizaram criaram formas de poder ritualizadas em objetos (8.000 a. C.); as primeiras civilizações desenvolveram pesos e medidas apresentadas nas suas artes: Suméria, Egito, China, Grécia, Mesoamérica, Oriente e Ocidente (5.000 a. C.); Roma e o cristianismo, a arte românica (ano 0); o gótico, a arte como base no sistema feudal, Idade Média (1000); o Renascimento, as artes explodindo em saberes, dando suporte a não existência da chamada economia (1400); o Barroco, período onde as ciências criam e recriam os conhecimentos (1600); o neoclássico, o Romantismo, o Iluminismo, o surgir dos museus, surge a economia, a escola clássica com Adam Smith (1723-1790), A Riqueza das Nações (1700); o Realismo na arte, surge a máquina fotográfica, o Impressionismo, o Expressionismo etc, surge na economia a escola marxista com Karl Marx (1818-1883), o manifesto comunista, também a escola neoclássica com Alfred Marshall (1842-1924), princípios de economia (1800); a arte abstrata, o Fauvismo, o Futurismo etc, surge a escola austríaca Friedrich Hayek (1899-1992), O Caminho da Servidão (1915); o Surrealismo e afins, aparece a escola keynesiana John Maynard Keynes (1883-1946), a teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1925); o Modernismo, a escola de Chicago com Milton Friedman (1912-2006), Capitalismo e Liberdade (1950); o Pós-moderno, a escola behaviorista Herbert Simon (1916-2001), o comportamento administrativo se desenvolvendo até os dias de hoje.
Percebemos o desenvolver econômico, o dinheiro é o óleo do motor, que permite o girar (produzir) do motor sem ele fundir, porém o motor é muito mais do que o óleo, a questão maior é a administração das necessidades ilimitadas em um recurso limitado. A questão da escassez, na área econômica, pode ser resolvida no entendimento da arte. A arte como conteúdo desperta um estado de consciência que o ‘pobre de espírito’ deverá ser iniciado nesta disciplina, pois o ato criativo desencadeia uma percepção interior pelo manuseio das matérias aplicadas perante a técnica. Comedidamente o artista entende seu “bem de capital” (bem de produção) para poder executar seu trabalho, como em qualquer outro trabalho, porém o artista mede seu despejar sobre o suporte, refiro-me aos recursos humanos de habilidades, conhecimentos e informações.
A questão do comércio ético, ou seja: os efeitos dos negócios, as condições boas para os produtores e para os compradores de forma que a parceria chegue ao equilíbrio dentro de um desequilíbrio possível planetário. Isto apresenta um equilíbrio das empresas sobre o meio ambiente e sobre os trabalhadores, onde a corrente tem uma balança. O comércio justo (fairtrade), estes estados vão de extremos de “bens livres ao valor de escassez”, pois bem, quanto mais temos mais barato é, quanto menos temos mais caro é - o paradoxo do valor -, a “teoria do valor-trabalho” é de grande pesar na arte; pois o artista desenvolve muito tempo e criação para tal. 
A revolução industrial do século XVIII, embasada em maquinarias, proporcionou descobertas científicas que revolucionaram a estrutura econômica da sociedade, entendendo este movimento e resgatando na história outros desenvolvimentos menores, porém similares: as descobertas do barco, da roda, da escrita, podem analisar nos dias atuais onde a agricultura corresponde a 40% da mão de obra mundial, até os negócios online, questiona-se se todas as invenções, principalmente as mecânicas, aliviaram realmente o trabalho do ser humano? Este tipo de análise superficial, pois temos aqui um artigo e não um livro, entende que a economia está atrelada à ciência e também à política, à religião e a algo ainda não existente.
O morador do campo quer sair para ir ao meio urbano para ganhar muito dinheiro; e quando supostamente ganha este dinheiro, comprará a felicidade, felicidade esta que é composta por seus desejos, se não se compreende, talvez sua felicidade estivesse no campo!
Pois bem, laissez-faire (deixe fazer), o Mercado Livre existe? O monopólio e o monopsônio apresentam como o mercado é volátil, as regras são criadas por não existirem, são modificadas por existirem, este é o movimento da vida como um todo e especialmente o ser humano não está aparte disto. Com o chegar das indústrias manufatureiras, o poder mudou de proprietários, lembremos na Idade Média, as glebas, um único ou pouquíssimos operários realizavam serviços para os senhores feudais que, em sua consequência aos aristocratas, a nobreza; as fábricas eram propriedades de famílias, hoje as grandes empresas são de propriedade conjunta de acionistas administradas por gestores, porém nem todas, muitas ainda são de famílias!
O maior empregador do mundo é o Departamento de Defesa dos EUA 3,2 milhões de funcionários.
Por que não um grupo de investidores comprarem uma única obra de arte importante: Salvator Mundi, pintura de Leonardo da Vinci (1452-1519) leiloada na quarta-feira, dia 15 de novembro de 2017, na Christie’s por 450,3 milhões de dólares (cerca de 1,47 bilhão de reais) ? Salvator Mundi pode ser uma “empresa de capital”, onde seus investidores receberão ‘dividendos’ pelo empréstimo da obra para locais de visibilidade pública que cobrarão ingressos dos observadores. Assim teremos: Companhia Privada, Proprietários capitalistas, Conselho de diretores, Cooperativa de trabalhadores e Acionistas.
As “economias mistas”, de empresas privadas ou estatais, estão presentes no capitalismo (propriedade privada do capital) ou no socialismo e no comunismo (controle estatal) nos meios de produção.
A meta é obtenção de “margem de lucro” (faturamento), razão entre o lucro e a receita gerada pelas vendas, ou entrada de dinheiro. A questão administrativa é gerenciar os custos da produção com a receita.
A construção de navios em Veneza no século XIV já tinha método de linha de montagem, isto não foi inventado por Henry Ford (1863-1947) em 1913; como o atelier de P. P. Rubens (1577-1640) que chegou a ter centenas de funcionários, onde era chamado de escola de arte, hoje chamaríamos de “economia de escala”. Nesta linha de montagem, determinados artistas eram bons em desenhar e pintar mãos, outros em rostos, mas o mais importante era a assinatura do mestre, dando assim à obra uma suposta unicidade, com a assinatura a obra era validada, como assinatura (as-signatura = signo) de um contrato. O custo de produção é o trabalho, hoje as máquinas, no Renascimento os homens-artistas, o que importa é aumentar a eficiência, como fazer isto? Pesquisa e desenvolvimento: ontem, hoje e talvez sempre!
O objeto é esteticamente significante quando ocorre uma transação do observador. Este significante pode pertencer ao exemplo consumista de “bens de Veblen”, onde pessoas compram obras de arte pelo motivo de ‘símbolo de status’, assim significando o suposto poder sócio-econômico-intelectual ao qual pertence.
O que são um ajuntador, um colecionista e um colecionador?
O ato de consumir é um movimento do universo: galáxias devoram galáxias, na natureza e na física é o movimento da troca de energia, seja este alimento material ou alimento imaterial. A materialidade é simplesmente o restaurar, para a manutenção da existência, da vida! O imaterial também! Porém, este tipo de alimento decorre de uma compreensão de si mesmo, dada ao ser humano que, entorno de 2.500.000 anos atrás, dobrou seu tamanho cerebral, e com suas mudanças físico-genéticas criou a inteligência, o raciocínio, o que chamamos de cultura. Nos dias atuais, as pessoas que podem se dar ao luxo, pois já estão além da alimentação básica e moradia como proteção, consomem os bens chamados de luxo; produtos que dão prazer, sentimento também básico da vida, como nossa genética de procriação, este resultado advém do tempo existente para poder refletir sobre a existência, assim adquirindo bens que alertam para um mundo interior muito maior advindo do poder de utilizar coisas, objetos de uma complexidade além obviamente do básico.
O ajuntador une coisas aleatoriamente, objetos indistintos; o colecionista já detém certo conhecimento dos objetos guardados, possuídos, onde sua fonte de poder habita; já o colecionador compreende seus objetos e estes já aportam o poder da arte, o currículo potente, com isto este ser conhece a si e ao objeto, pois ambos trocam poder.
Não confundir a arte que aqui tratamos com uma simples compra de um objeto para consumir como uma atividade de lazer decorativo, ou uma ostentação (ver psicanálise), mas sim um conhecimento que seja religioso no sentido de religação com o eu interior que pretende compreender a própria existência.
Onde é o real e verdadeiro motivo da arte! 
A obra de arte é única, o artista é único, mesmo em grupo assenta-se em uma única alma o sentimento criador, a obra de arte transmite o estado de emoção, de paixão da própria existência humana. É dito que ela é uma representação, pode ser, mas a real e verdadeira obra de arte nem é apresentação, ela é um presente, um estado presente de algo que as palavras não têm peso suficiente para exprimir o conteúdo do real motivo destas formas que transmitem o anima mundi.

Olivio GuedesDoutor em História da Arte PGEHA/USP e Conselheiro Curatorial ProCOa.


CIANTEC

CIANTEC'18

Coleção Cartazes - Arte em Contexto

Cartaz Convivium
Cartaz / Olivio Guedes
Cartaz / Lucia Py
Cartaz / Cildo Oliveira
Cartaz / Luciana Mendonça
Cartaz / Heraclio Silva
Cartaz / Lucy Salles
Cartaz / Gersony Silva
Cartaz / Carmen Gebaile

Lucia Py

LUCIA PY
Nasceu no Rio de Janeiro, tem seu Atelier em São Paulo. Artista plástica experimental, trabalha nos espaços institucionais, alternativos e urbanos, com Instalações, Ocupações, Apropriações, Interferências...
Atua com obras de pequenas e de grandes dimensões, sempre vendo o espaço como suporte, linguagem e/ou circunstância, na incessante  procura da interação do objeto com o entorno - construção de metáforas e cenas.
Pesquisa o objeto multiplicado “o mesmo do outro” pela magia de ser único dentro da produção em massa.
É uma artista que reflete a geração pós conceitual, se faz herdeira de Fellini, Deleuze, Baudrillard, Barthes, entre outros contemporâneos.
É pintora e estudiosa da arte por compulsão, assemblagista por convicção. Procura o ponto perfeito na união do material bastardo com
o nobre - a pesquisa e o fascínio da dialética dos opostos - a alquimia
do convívio - a interação das diferenças.
Vê a arte como valor maior de encontro,  expressão de compartilhar a multiplicidade que nos habita.
compartilhada  arte.

Cadernos de NACLA - Ação Peregrina

Jornal Sígnico - A Morada

Linha do Tempo - Caminho Peregrino

Linha do Tempo Lucia Py - ProCOa

Oficina Expositiva - A Morada

Veículo#8/5 - Potes em prata para moradas sem chaves

Cildo Oliveira

CILDO OLIVEIRA
Artista plástico experimental, trabalha espaços alternativos, institucionais e urbanos, com objetos, estruturas, arte pública e ambiental e interferências urbanas.
Encontrou seu caminho nas pesquisas de materiais, através do papel manufaturado e outros suportes. Suas pinturas em técnica mista, guache e aquarelas sugerem dimensões poéticas no registro das culturas autóctones brasileiras.
“Além do aprofundamento estético e  do crescente cuidado com os suportes e as técnicas artísticas, o mérito maior do artista plástico Cildo Oliveira centra-se no amplo espectro da criação e da arte-educação. Todo o seu trabalho funda-se na pesquisa, em especial na arte dos povos das nações indígenas do Brasil e no artesanato do papel. Paulatinamente, ele amplia o seu universo de conhecimento fugindo da especialização e do direcionamento exclusivo de um único objetivo, colocando-se na busca da interatividade cultural e na postura crítica da relação entre arte e sociedade. Trata-se de uma questão de método e de crença no potencial de transformação do homem.” (Radha  Abramo).

Cadernos de NACLA - Evocações dos aldeões Guaiás

Jornal Signico - Tempo de Aldeia

Linha do Tempo Evocações dos aldeões Guaiás

Linha do Tempo ProCOa - Cildo Oliveira

Oficina Expositiva - Biblioteca para Instantes

Veiculo#8/5 - Aldeia onde tudo me guarda

Luciana Mendonça



LUCIANA MENDONÇA
Artista visual, opera entre a fotografia e a instalação, o desenho e a video-performance, entre o cotidiano e o imaginário.
Acredita que quando a Arte se dá uma nova forma  de sermos e nos relacionarmos
passa a existir.
Compõe acasos, ausências e acúmulos, com linhas, texturas e camadas,
em rastros do vivido.
Vivencia deslocamentos territoriais diversos.
Propõe um fazer que perpassa silêncios e sentidos, reflexos do possível, um estar disponível.
Vive e trabalha em São Paulo.


Jornal Signico - Diários Sementeiros

Linha do Tempo - Espaços de Silêncio

Linha do Tempo ProCOa - Luciana Mendonça

Oficina Expositiva - Ensaios Análogo - Campos de Atelier

Percurso e Obra - Um registro para Inventário - V1

Trajetória I - Conexões Privadas - Luciana Mendonça

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