VEÍCULO #10


ACESSO
por Olívio Guedes

“O vidente não se apropria daquilo que vê”.
(Merleau-Ponty, 1964)

Investigação do sistema estético pede inquirição e indagação a respeito da imagem. Esta depuração ocorre por procedimentos desenvolvidos para a compreensão do artista-obra-espectador; este campo do sentido nos faz perscrutar a forma, indo ao encontro do conteúdo.
No campo artístico/científico a pesquisa não pode se fechar em conclusões totalitárias, mas, em conclusões parciais, pois, o conjunto de atividades e diligências tomadas com o objetivo não esclarece fatos ou situações totalmente. Por que não? Se assim o fizer não haverá criação; perdendo o eterno vir-a-ser!
Penetrando em uma fenomenologia estética, obtendo a reflexão sobre a recepção do olhar, espectador-obra-artista, percebemos que o conhecimento da estética é fechado em seu momentum, onde vive a implicação de modo dialético; apresentando as dimensões das experiências sensíveis do relacionamento humano, primeiro consigo próprio, e imediatamente com seu próximo.
O significado da arte está ligado à vida em sociedade, pois, o mundo da iconologia, onde nos debruçamos no estudo dos ícones que liga e rompe através das representações simbólicas, que figuras alegóricas apoiadas em seus suportes, de emblemáticas atitudes de atributos com repertórios no conjunto das obras, se unem para interpretação de temas que podem tender ao absurdo, com isto a visão mundo, por meio de seus reflexos nas artes, alude uma atitude básica de correntes de ramos que tratam de infinitos temas, porém, em seus determinados períodos.
A Gestalt como fenômenos em totalidades organizadas em articulações configura nas artes plásticas um posicionamento que firma as cargas emocionais com conceitos estéticos, de atribuição de seu espectador, sendo, portanto: imperativo a relação, onde faz existir o acesso.

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